Muita gente fala dos supostos ataques do PT à liberdade de imprensa, e todo mundo sabe que, tempos átras, por determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o jornal O Estado de S. Paulo esteve sob censura prévia, quando foi proibido de publicar uma matéria sobre a investigação da Polícia Federal que envolvia Fernando Sarney, filho de José Sarney (PMDB-AP).
Naquele período, muito era o zun zun zun e, tambem subitamente, surgiram propostas absurdas para a criação de órgãos e aparelhos fiscalizadores, sob nomes bonitos como "Conselho Federal de Jornalismo", cuja finalidade era "orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão e a atividade jornalística", e ainda uma tal de Tribunal de Mídia, onde, teoricamente, seriam julgados os meios de comunicação que veiculassem mensagens que essa instância entendesse serem prejudiciais.
Para o bem da Democracia, verdadeiras ou não, essas propostas morreram na casca.
folha-vergonha
Então chegaram as eleições e apareceu uma outra lei eleitoral (9.504) que impedia os programas de rádio e TV, além de mídias impressas, se utilizarem do humor para "degradarem ou ridicularizarem candidato, partido político ou coligação", sob pena de multa de 100 mil reais. Em outras palavras significava uma Cen-Su-Ra. Tudo bem maquiado atrás de boas intenções, no entanto, vários humoristas se reuniram para protestar e a lei (graças!) veio a cair por terra.
Mas daí então surgiu "a cereja do bolo": dois rapazes inteligentes, criaram um site chamado Falha de São Paulo (no twitter @falhadespaulo), cujo objetivo era criticar, com muito bom humor, a cobertura jornalística d'A Folha de São Paulo.
E qual não foi a surpresa destes dois cidadãos ao receber, duas semanas depois do lançamento do site, uma decisão liminar (antecipação de tutela, concedida pela 29ª Vara Cível de SP) que os obrigava a tirar o site do ar, sob pena de multa diária de mil reais. A desculpa utilizada pelo jornal para mover a ação foi o "uso indevido da marca". Pode?
processo Clique na imagem para ampliar
Abaixo, transcrevo o que disse os autores do Falha de São Paulo na página que, por enquanto, ainda está no ar e pode ser acessada clicando-se aqui - Mas faça isso rápido, amigo leitor, pois a qualquer momento ela não estará mais lá:
"É chocante a hipocrisia da Folha. Se isso não é censura e um atentado inaceitável à liberdade de expressão, juro que não sabemos o que é. Chega a ser cômico: o mesmo jornal que faz dezenas de editoriais acusando o governo de censura e bradando indignado por "liberdade de expressão" comete esse ato violento de censura. Ato este, aliás, bastante covarde: o maior jornal do país movimentou um enorme escritório de advocacia e o Poder Judiciário contra um pequeno site independente. É muita falta de humor, de esportividade, de respeito à democracia.
Senhores proprietários e advogados da Folha, podem ficar tranqüilos. Todos ainda poderão ser satirizados, menos vocês. Todos merecem liberdade de imprensa, menos quem não é da sua turma. E, como ao contrário de vocês, respeitamos as instituições e a democracia, vamos cumprir a ordem judicial. Parabéns, Folha! A censura imposta por vocês será cumprida." (Lino Ito Bocchini e Mario Ito Bocchini)
Essa é a Folha de São Paulo que alega ataque à liberdade de imprensa pelo PT, mas ataca a liberdade das pessoas de se expressar.
O que podemos depreender de tudo isto é que o Otávio Frias Filho é muito mais folgado que esse guardinha de trânsito, aliás, a própria Folha de São Paulo é um jornal em transito, com passagem de ida para o ostracismo.
2 comentários:
A censura do jornal Folha de São Paulo
Muita gente fala dos supostos ataques do PT à liberdade de imprensa, e todo mundo sabe que, tempos átras, por determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o jornal O Estado de S. Paulo esteve sob censura prévia, quando foi proibido de publicar uma matéria sobre a investigação da Polícia Federal que envolvia Fernando Sarney, filho de José Sarney (PMDB-AP).
Naquele período, muito era o zun zun zun e, tambem subitamente, surgiram propostas absurdas para a criação de órgãos e aparelhos fiscalizadores, sob nomes bonitos como "Conselho Federal de Jornalismo", cuja finalidade era "orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão e a atividade jornalística", e ainda uma tal de Tribunal de Mídia, onde, teoricamente, seriam julgados os meios de comunicação que veiculassem mensagens que essa instância entendesse serem prejudiciais.
Para o bem da Democracia, verdadeiras ou não, essas propostas morreram na casca.
folha-vergonha
Então chegaram as eleições e apareceu uma outra lei eleitoral (9.504) que impedia os programas de rádio e TV, além de mídias impressas, se utilizarem do humor para "degradarem ou ridicularizarem candidato, partido político ou coligação", sob pena de multa de 100 mil reais. Em outras palavras significava uma Cen-Su-Ra. Tudo bem maquiado atrás de boas intenções, no entanto, vários humoristas se reuniram para protestar e a lei (graças!) veio a cair por terra.
Mas daí então surgiu "a cereja do bolo": dois rapazes inteligentes, criaram um site chamado Falha de São Paulo (no twitter @falhadespaulo), cujo objetivo era criticar, com muito bom humor, a cobertura jornalística d'A Folha de São Paulo.
E qual não foi a surpresa destes dois cidadãos ao receber, duas semanas depois do lançamento do site, uma decisão liminar (antecipação de tutela, concedida pela 29ª Vara Cível de SP) que os obrigava a tirar o site do ar, sob pena de multa diária de mil reais. A desculpa utilizada pelo jornal para mover a ação foi o "uso indevido da marca". Pode?
processo
Clique na imagem para ampliar
Abaixo, transcrevo o que disse os autores do Falha de São Paulo na página que, por enquanto, ainda está no ar e pode ser acessada clicando-se aqui - Mas faça isso rápido, amigo leitor, pois a qualquer momento ela não estará mais lá:
"É chocante a hipocrisia da Folha. Se isso não é censura e um atentado inaceitável à liberdade de expressão, juro que não sabemos o que é. Chega a ser cômico: o mesmo jornal que faz dezenas de editoriais acusando o governo de censura e bradando indignado por "liberdade de expressão" comete esse ato violento de censura. Ato este, aliás, bastante covarde: o maior jornal do país movimentou um enorme escritório de advocacia e o Poder Judiciário contra um pequeno site independente. É muita falta de humor, de esportividade, de respeito à democracia.
Senhores proprietários e advogados da Folha, podem ficar tranqüilos. Todos ainda poderão ser satirizados, menos vocês. Todos merecem liberdade de imprensa, menos quem não é da sua turma. E, como ao contrário de vocês, respeitamos as instituições e a democracia, vamos cumprir a ordem judicial. Parabéns, Folha! A censura imposta por vocês será cumprida."
(Lino Ito Bocchini e Mario Ito Bocchini)
Essa é a Folha de São Paulo que alega ataque à liberdade de imprensa pelo PT, mas ataca a liberdade das pessoas de se expressar.
O que podemos depreender de tudo isto é que o Otávio Frias Filho é muito mais folgado que esse guardinha de trânsito, aliás, a própria Folha de São Paulo é um jornal em transito, com passagem de ida para o ostracismo.
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