17.4.10

Cadê o ombudsman?

A Folha de São Paulo continua sem ombudsman [a última coluna foi publicada em 21/02/10]. Não há qualquer explicação para a lacuna, que seria tratada com a devida gravidade se alguém ainda levasse o jornal a sério.
Mas, realmente, fará alguma diferença?
Convenhamos, é absurdo imaginar que uma empresa de comunicação de grande porte necessita contratar alguém que lhe aponte os erros mais bizantinos. Todo jornalista mediano, diplomado ou não, sabe perfeitamente reconhecer seus desvios cotidianos.
A Folha finge que não deve satisfações aos leitores, como se os seus tropeços administrativos (e seus desvios ideológicos) tivessem um respaldo transcendente e imutável. É esse despeito hipócrita que destrói a reputação do jornal.
Carlos Eduardo Lins da Silva foi incapaz de impedir exemplos de subjornalismo (a ficha falsa de Dilma Rousseff, o dossiê contra Victor Martins, a planilha de gastos do casal FHC, a tentação sexual de Lula), proselitismo reacionário (a Ditabranda e seus congêneres, o antipetismo botocudo) ou favorecimentos corporativos (a defesa da TV paga). Isso tudo em apenas dois anos de atividade.
(Guilherme Scalzilli)


O cara não aguentou, jogou a toalha e agora o jornal não acha outro pra colocar no lugar. Aliás, acho que nem querem mais saber disso, uma vez que o cargo não estava servindo pra nada mesmo.

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