"Tanto faz morrer assim como assado. Tudo é morrer. Crucificado ou de prisão de ventre, em combate glorioso ou forca, o resultado é o mesmo."
A frase é de Graciliano Ramos, nascido em 27 de outubro de 1892, há 115 anos. O escritor, autor de "Vidas Secas" -um clássico da literatura brasileira- sempre foi preocupado com a temática social.
Devo ter lido uns cinco livros de autores brasileiros em toda a vida. Quando li Vidas Secas eu fiquei mais com dó da cadela Baleia.
Um trecho do livro:
"Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda da pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.”
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