11.6.07

Selvageria

Roberto Silva, repórter de O Diário, mesmo de férias, foi lá e conversou com os assassinos de Tiago Franchini.
(...) A reportagem de O DIÁRIO acompanhou o trabalho da Polícia Civil e ouviu os acusados logo após a chegada deles na delegacia. Sem demonstrar nenhum traço de arrependimento, a dupla tentou justificar o assassinato alegando que estava “noiada” (entorpecida pelo uso excessivo por crack) quando decidiu executar o estudante, mesmo com a vítima implorando para não ser morta. O chefe da Seção de Furtos e Roubos, investigador João Osmar Evarini confirmou que o adolescente estava completamente dopado quando foi apreendido. “Ele passou a noite de sexta-feira, madrugada e manhã de sábado fumando crack sem parar”, disse o investigador. “É verdade. Fumei um monte”, confessou o garoto. Acompanhe os principais trechos da entrevista:

O Diário do Norte do Paraná: De quem foi a idéia de assaltar o estudante?
Edmárcio da Penha Silva: Foi nossa. Fomos num bar que tem perto da boate por volta das 10 horas da noite e ficamos lá, tomando cerveja, esperando alguém dar mole. Depois de um tempo a gente se escondeu atrás do Golf e ficamos lá, fingindo que era flanelinha. A gente queria alguém que tivesse sozinho.
Como vocês abordaram o estudante? Ele veio andando em direção do carro e assim que ele acionou o alarme a gente enquadrou (rendeu). Eu disse que era um assalto e ele assustou, tentou gritar. Coloquei a mão na boca dele e encostei a arma nas costas. Ele ficou quieto e nos empurramos ele pra dentro do carro. Eu (Edmárcio) fui atrás e ele (adolescente) foi do lado, com o cano encostado na cabeça dele.
Por que vocês dispararam contra a boate quando estavam saindo? Sei lá...acho que ele (adolescente) tava noiado (drogado) demais. Certeza que foi por isso. (a polícia desmente e diz que o adolescente teria tentado matar um dos seguranças da casa).
A vítima conversou com vocês durante o trajeto até a rodovia? Conversou...ele pedia pra gente não fazer nada com ele. Chegou a pedir pra gente ir até a casa dele pra buscar dinheiro. Disse que a mãe dele ia arrumar dinheiro, mas a gente não quis arriscar. O Tiago estava com medo?Tava...pedia pra gente não matar ele...pra não fazer nada com ele, que ele não ia reagir...(silêncio)...
Por que vocês não atenderam os apelos dele? Sei lá...depois da gente rodar por um tempo, ele (o adolescente) mandou o rapaz contornar o carro na pista e parar no acostamento. Depois, mandou ele (Tiago) descer e disparou um tiro na cabeça dele, pelas costas... (silêncio)....depois ele me deu o revólver e falou: “termina o serviço”....eu terminei...dei mais dois tiros....(silêncio)...
Como você explica tanta crueldade?Sei lá...não sei....não sei...aconteceu, né?...não dá pra entender...acho que é a droga...a gente tava drogado (sic).
Se você pudesse se encontrar com os pais do Tiago o que você falaria para eles?Pediria desculpa...desculpa...só isso... (silêncio).
A polícia diz que você (Edmárcio) já matou uma pessoa e feriu outras duas gravemente a tiros. É verdade? Você mata fácil? Não é que mata fácil...era tudo vagabundo, tudo pilantra...todos eles me ameaçaram.
E você? - (pergunta dirigida ao adolescente) – Já atirou em alguém?Já dei tiro na rua...mas não acertei ninguém... um dia roubei o tênis de um moleque e dei uns tiros pro alto...só isso...quer dizer, teve mais esse caso do rapaz que morreu...só isso...
É verdade que depois de matar o estudante você foi fumar crack? É verdade..fumei um monte. Tenho um amigo que comprou umas pedras e a gente passou a noite toda fumando, até amanhecer. A gente é viciado...se tiver a gente fuma.
(Wnet)

Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo legal né.

A polícia prendeu os pivetes que mataram o rapaz.

Pelo que consta, os dois roubaram o carro e iam trocá-lo por droga. parece que 600 paus em droga.

O que a polícia tem que fazer agora. saber quem são os pilantras que iam dar continuidade ao negócio. Ou seja, quem iria comprar o carro roubado, ou quem iria pegá-lo em pagamento de drogas.

Se não tivesse o cara que compra o carro roubado, não teria quem roubasse. Se não tivesse o cara que vende a pedra, não tinha quem comprava.

Portanto, nego. O jeito é pegar o grande. Daí o pequeno fica sem ter o que fazer.