Pressão alta tem sido tema de reportagens em jornais,TVs e revistas há anos, mas parece que ninguém leva a sério. Hoje, lá no Borba Gato, ocorreram dois casos com donos de bares. Primeiro o Madrugada, 62- dono de um boteco na avenida Carlos Borges, reclamando de dores na nuca já há dois dias. Fechou o bar e foi ao Posto de Saúde da Zona Sul, depois de alguns clientes o chamarem na chincha. Pressão arterial:12x22; uma vida sedentária que nem bicho-preguiça adotaria, noves fora as cachaças ingeridas durante dia e noite e alimentação deficitária. Orientado pelo médico, vai ter que seguir regime, tomar remédios, parar de beber, cortar o sal, e tentar fazer alguns exercícios, o que eu duvido que consiga.
O outro foi o Nelson, internado hoje à tarde no hospital Santa Lúcia com pressão arterial na marca de 14x26 (!!). Nelson, 64, já passou por isso e voltou a abusar da gordura, cerveja e destilados. Tô pra ver um cara que goste mais de uma costela minga ou picanha do que ele.
Aí a gente pensa: vale a pena abrir mão desses prazeres à mesa a fim de preservar a saúde? Uma gordurinha da picanha, uma cerva gelada jogadas pra escanteio compensa uma vida monótona longe dos amigos que adotam esse "regime"?
Vamos comer arroz integral com gergelim, salada de rúcula hidropônica e grão- de- bico para viver até quantos anos? 67? 80? 126 anos? Vale o vazio no estômago? A boca cheia de saliva, babando, em frente a um prato de tofú com algas enquanto se sente o cheiro da maminha que o vizinho está assando nesse domingão ensolarado, compensa? O barulho das latinhas sendo jogadas na sacola de plástico lá do outro lado do muro enquanto o fsshhhh! de mais um refri de 2 litros ressoa aqui no seu quintal não dói no coração?
Vai de cada um, né? Acho que um meio termo faz bem.Tomara que o Madrugada e o Nelson pensem nisso pois são caras muito legais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário