28.2.10

Torcendo pras torcidas acabarem

Do Tio Dino

Antes de qualquer coisa, esse texto é um protesto. Eu queria que fosse engraçado, mas nesse circo não tem palhaço.

Dizem que o primeiro caso de brigas de torcida remonta à Reforma Protestante, onde a Igreja Católica perdeu para Martinho Lutero de virada mudando a história da civilização ocidental. Mas o que acontece hoje em dia é uma outra história. São outros personagens. Com uma pitada da mesma intolerância.

Se a ideia de que torcida organizada é o coletivo de ignorância, a expressão nunca teve tão em voga.

O último episódio dessa lamentável rotina aconteceu no final de semana. Envolveu “torcedores” do São Paulo e Palmeiras, provando mais uma vez que o ser humano leva milhares de anos para evoluir, mas só precisa de uma partida de futebol para voltar ao que era.

Tratam-se de bandidos infiltrados. Um tipo de valente que só consegue ser macho quando anda em bando. Que encontra mais emoção em rachar o crânio do adversário, vitimar um inocente e matar os pais de desgosto.

Estas pessoas preferem ver suas fotos nas páginas policiais que nas de esporte. Deixam o time do lado e partem para uma partida que sempre acaba em morte súbita. No suprassumo da idiotice, um desses personagens, ao tentar arremessar uma bomba de fabricação caseira, teve sua mão destruída com a explosão. Palmas pra ele.

Não obstante o espetáculo de horrores, alardeiam a sua boçalidade colocando fotos de agressões e de tudo aquilo que podem classificá-los de criminosos pela rede. A internet, aliás, é também um celeiro de algo que só anônimos conseguem: atrás do teclado, ser um valente. Mas em cima da cadeira, nada mais que um bundão.

A lei é a coleira. E a jaula é o lugar para esses que se comportam como selvagens. E o que a gente faz enquanto isso? Promove safaris?

A diferença do ser humano para os animais é que eles nunca tentam se parecer humanos.

E chega por hoje.

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