14.1.10

O porco americano ferrou o Haiti

Um ponto chave no processo de deterioração da economia camponesa haitiana foi o extermínio da criação de porcos crioulos, estabelecido em 1980 no regime do ditador Duvalier.

O porco era o banco da família camponesa. Se alguém ficava doente, ou se tinham que pagar os estudos dos filhos, o porco era a garantia. Na década de 80, o Haiti exportava carne suína para os EUA e houve um surto de febre porcina, que afetou parte da produção do país. Os produtores de gado dos EUA viam a produção pecuária hatiana como ameaça e utilizaram a febre porcina como argumento para eliminar a competição. O governo haitiano foi pressionado a matar todos os porcos, e o fez. Deu no que deu.

Os EUA investiram na época 23 milhões de dólares para eliminar todos os porcos do país e apenas 5 milhões foram gastos para substituir os animais crioulos por uma outra raça originária dos EUA.

Os porcos que trouxeram eram industriais, não estavam adaptados ao campo. Os camponeses gastavam mais com a alimentação dos animais do que com seu próprio alimento, era absolutamente inviável. Com o fim dos porcos se eliminou o sustento da economia.

A pobreza também acelerou o desmatamento no país. Antes a fonte de liquidez da família camponesa era o porco, agora a única fonte de liquidez é a árvore. Quando não têm nenhum dinheiro, cortam uma árvore que equivale a 600 dólares, que é transformada em carvão.

Um comentário:

Tee disse...

e dai ainda por cima vem deus e fode com tudo, fazendo um terremoto