20.10.09

Canastrão

Produtores contam que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quis "estrelar" o filme "Lula, o filho do Brasil". Ao encontrar o diretor , o tucano disse que faltava seu personagem na cena do velório da mãe de Lula. Na ocasião, FHC estava ao lado do então líder sindical.

Um comentário:

Anônimo disse...

Do blog do Azenha Ivan
Marco Aurélio Mello: O silêncio custa caro

Atualizado e Publicado em 19 de outubro de 2009 às 21:16

Por Marco Aurélio Mello, no Doladodelá


18.10.09
Quando meu filho mais velho era pequeno adorava brincar de faz de conta com ele. Brincar de faz de conta ajuda muito os adultos, quando não podem falar a verdade. Os jornalistas usam este tipo de expediente quando querem contar a verdade, mas sabem que, ao contá-la, podem desencadear reações proporcionais à 'octanagem da mistura'. Por isso, apelam para pseudônimos ou recusam-se a dizer os nomes dos personagens. No mundo dos adultos, alegar e não provar, é o mesmo que não alegar. E o ônus da prova cabe a quem acusa, salvo quando o juiz acata o direito de preservar o anonimato da fonte, o que nem sempre acontece, nos crimes de imprensa, ainda mais nos dias de hoje. Portanto, vou contar uma históra que todo mundo vai achar que é de mentirinha e não vai dar a menor 'bola'. E os personagens que se identificarem com ela não precisam nem confirmá-la, nem negá-la, já que é de mentirinha. Que tal? Vamos lá? Se você acredita em escutas ambientais, em espionagem e orelhudos, prepare-se. A talentosíssima repórter, uma das mais brilhantes que conheci, está no estacionamento de um prédio em Brasília. Um edifício funcional, desses cuja a garagem fica no térreo (foto). Quem conhece a arquitetura característica da Capital Federal sabe do que estou falando. Pois bem, um homem importante desce ao andar terreo onde se dá o encontro. Ele abraça a repórter e diz: - Está tudo acabado! Depois, chora copiosamente e é consolado pela interlocutora, que custa a acreditar que aquilo está acontecendo com ela. A mulher que o consola é amiga de outra, pela qual o homem chora. Conforme combinado, antes dele assumir o mais importante posto da República, a mulher por quem chora será exilada na península Ibérica. (Só quem passou por isso sabe como é rigoroso o inverno no exílio). No caso dela, ainda pior. Seguirá levando um filho dele na barriga. (Só quem já passou por uma gravidez solitária sabe como é difícil carregar tamanho peso). Dias depois, este importante homem embarcará para Paris, a cidade luz, onde terá a difícil tarefa de revelar tudo à mulher, com quem já não tem mais aquele fervor, no relacionamento conjugal. (Onde foi que nos perdemos? indagou a si próprio durante um período, até concluir que o crepúsculo conjugal era assim mesmo). Ao receber a notícia, a mulher surtou. Passado o transbordamento, num acesso de racionalidade e pragmatismo, típicos das mulheres, disse: - Eu o perdoo. Os destinos da pátria são mais importantes do que a sua canalhice. Mas quero deixar uma coisa bem clara. De agora em diante, não vou tolerar um mísero gesto de infidelidade sua. Pobre destino... Um grande homem aprisionado por uma tentação mundana e avassaladora. No dia seguinte ao acontecido, a mulher é fotografada ao lado dele com o braço enfaixado. O que teria se seguido? Oficialmente, um acidente doméstico. Extra-oficialmente, consequência de um porre, digno de uma mulher desiludida. Uma dor tão intensa, que seguiu com eles por toda a vida. Historias assim podem nos ajudar a entender melhor a dimensão da existência humana e os interesses que suplantam os ideais de uma nação. E pelos quais muitas organizações são capazes de vender caro o seu silêncio. Este amargo veneno é o que podemos chamar de 'poder paralelo'. E não funciona no Morro dos Macacos.