17.5.09

Cavando a sepultura

De Janio de Freitas em sua coluna na folha deste domingo:
A oposição investiu na CPI e alguns fisiológicos da "base aliada do governo" a apoiaram pelo motivo mais reprovável: o interesse meramente político.

Se o PSDB que agora clama pela CPI em defesa da "Petrobras que é um patrimônio do Brasil" tivesse, de fato, dedicação perceptível à coisa pública, seus congressistas não chegariam a condutas até sórdidas para impedir CPIs no governo Fernando Henrique.

Nem as ostensivas prevaricações na privatização da telefonia os sensibilizaram. Ou -só por não resistir a citar ao menos mais uma entre tantas- a entrega do Sivam, o Sistema de Vigilância da Amazônia e seus segredos, a uma empresa estrangeira com ramificações militares e civis no governo dos EUA e em outros.

A Petrobras foi transformada pelo PSDB em arena das disputas preliminares da sucessão presidencial. Surrada pelo prestígio de Lula e incompetente por seu próprio demérito, a oposição conduzida pelo PSDB virou a velha barata tonta: pesquisas recentes indicam, em várias regiões, o crescimento eleitoral de Dilma Rousseff.Maus motivos levaram a um recurso parlamentar legítimo.

Mas CPIs nascem, por exigência da norma, com um tema preciso e, depois, em geral o que menos prevalece é sua finalidade originária. Se isso ocorrer também agora, será mais do que possível uma virada da CPI contra a oposição.

E, mais importante, será a oportunidade, nunca tardia, do exame das inúmeras barbaridades na Petrobras durante o governo Fernando Henrique. (Jacomino Pires- do Conselho Editorial)

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