14.1.09

Putaquepariu: Kerouac!!!!!!!!!"

Foi em 1947 que Jack Kerouac começou a pensar pela primeira vez no romance que viria a ser On the Road. Nos três anos seguintes, ele cruzou os Estados Unidos na companhia de Neal Cassady e de outros amigos. Essas viagens se tornaram a experiência formadora de Kerouac e o material bruto que seria utilizado na sua mais famosa obra.
Nesses três anos, o aspirante a escritor encheu diários e cadernos com anotações e esboços nos quais experimentava possíveis protagonistas e situações ficcionais. Depois de ficar enfeitiçado pelas cartas explosivas, exuberantes e cheias de incentivo que Cassady lhe enviara entre o final de 1950 e o início de 1951, Kerouac finalmente decidiu que a melhor maneira de escrever o romance seria contar a história da sua vida – e contá-la 'como aconteceu'.
Durante três semanas do mês de abril de 1951, em um apartamento da rua 20 Oeste de Manhattan, ele trabalhou frenética e incessantemente em sua máquina de escrever, e o resultado foi uma versão que considerou satisfatória.
Ela foi datilografada em um só longo parágrafo, com entrelinha simples, em folhas de papel vegetal mais tarde coladas umas às outras, formando um rolo de quase 37 metros de comprimento. Somente em 5 de setembro de 1957 – seis anos e várias versões e correções depois – a editora norte-americana Viking publicou o livro tal qual é conhecido por nós, e tal qual foi traduzido em todo o mundo.
Eis aqui, pela primeiríssima vez, a versão do manuscrito original de 1951 de On the Road. Este texto representa a expressão inicial, em toda sua força, da revolucionária estética de Kerouac, o ponto identificável no qual sua percepção temática e sua voz narrativa se uniram em uma explosão de energia criativa.
Esta versão de On the Road é mais crua, mais selvagem e mais sexualmente explícita do que o romance conhecido por todos. Além disso, na versão do manuscrito original, Kerouac apresenta os personagens (inspirados nele próprio e nos seus amigos) com os nomes reais: Neal Cassady, Allen Ginsberg, William S. Burroughs e Jack, o que só reforça o poderoso e íntimo imediatismo do texto.A edição americana do manuscrito original – que serviu de base a esta edição brasileira – foi editada por Howard Cunnell, estudioso da obra de Kerouac e professor da Universidade de Kingston, na Inglaterra.
Este volume traz também quatro ensaios críticos, de Cunnell e de outros três especialistas, que abordam o universo do autor. Cunnell retraça a história do manuscrito e sua transformação em texto publicado; Penny Vlagopoulos coloca o romance em seu contexto político e histórico; George Mouratidis discute a permanente busca pela verdade e pela vida autêntica que está presente no romance; e Joshua Kupetz analisa a técnica narrativa de Kerouac, mostrando como o escritor serviu de ponte entre as sensibilidades literárias americanas da primeira e da segunda metades do século XX.On the Road: o manuscrito original é sem dúvida um dos mais significativos, celebrados e provocativos documentos da história literária contemporânea.

Tio Lukas tem a edição original. Ê, meu pai eterno!!! Agora, exatamente agora( 16 horas) o carteiro toca a campainha e me entrega essa versão do manuscrito original. Presente enviado pelo Adauri Antunes, repórter de o Globo em Sampa e cunhado da Isa. Quase não consegui assinar o boletinho de tanta emoção.
Obrigadão, Adauri!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Só uma correção: O cara não era um "aspirante a escritor". Já tinha escrito, sete anos antes, uma belíssima obra que não ganhou muita repercussão, mesmo depois de sua morte em 1969. É "The Town and the city", que foi recentemente lançada no Brasil pela LPM como "Cidade Grande, Cidade Pequena". E vale a leitura. Cada parágrafo. Tem na Bom Livro.

Anônimo disse...

Realmente, Miltom; O primeiro livro do Jack foi Cidade Pequena, Cidade Grande. Tinha lido sobre ele mas não conhecia.
Agora a LP&M (Graças a Deus!!) está lançando pela primeira vez no Brasil The Town and The City.

Cidade Pequena, Cidade Grande foi traduzido por Edmundo Barreiros, o mesmo que já traduziu Diários de Jack Kerouac, 1947-1954.
O foda é o preço: 54 pilas.
Mas a gente dá um jeito e compra.