Apoiada num discurso desde os tempos de FHC, de que a culpa do desemprego é a falta de qualificação profissional dos trabalhadores, transferiu a responsabilidade pelo desemprego estrutural que vivemos ao desempregado, numa das formas mais cruéis e perversas de exclusão já inventadas: A auto-exclusão.
A auto-exclusão é quando você rezou de cor e salteado a cartilha e mesmo assim continua de fora do mercado de trabalho, então você começa a achar que a culpa não está no sistema, mas em você, que certamente fez algo errado, daí você fica paranóico, procurando chifre em cavalo e passa a aceitar qualquer coisa goela abaixo, afinal, você é um fracassado.
A empregabilidade tem diversas vantagens/sacanagens aos governos e exploradores do mercado.
Faz o otário investir do próprio salário para se qualificar para um serviço que a empresa lhe devia dar;Ocupa o tempo de livre do empregado em preparar-se para continuar empregado, não sobrando, portanto, tempo para reivindicar melhor salário.
Fará com que o otário produza bem mais que o necessário, produção esta que, ao contrário da promoção com que sonha, só abrevia sua demissão;Sempre haverá a desculpa de que está defasado, fora do mercado, então o trouxa volta a injetar as poucas economias que sobraram para tentar se requalificar e sempre chega atrasado.
Soluciona o problema dos governos que, em vez de gerar políticas que criem postos de trabalho e justiça social, transfere pro cidadão a culpa por ser um imprestável;Cria um novo tipo de escravo: o escravo auto-vigiado, que paga para trabalhar e não foge, porque acredita piamente que é alforriado.
Divide iguais e os coloca para competir entre si, criando rivais onde haviam aliados, facilitando a exploração, pois em sua cegueira neoliberal, os empregados beijam a mão que os empurram cada vez pra mais baixo enquanto repulsam dar-se os braços e lutar juntos por condições mais justas de trabalho.
Por fim, escondem que o desemprego é ago inevitável , mesmo que todos fossem qualificados, o mercado não teria capacidade de absorve-los nem interesse, pois desemprego é sinônimo de salários mais baixos e trabalho precarizado.Mas o que queremos e precisamos, é de emprego, dignidade.
Leis justas que distribuam a renda e limite as fortunas pessoais para que todos tenham o direito de trabalhar menos e usufruir mais.Chega de sermos enrolados com desculpas que não agüentamos mais.
O que queremos é trabalho, trabalho pra todos, não conversa mole.O mundo é farto o suficiente para saciar a todos, mas não a ganância de alguns poucos.Portanto, parem de nos enrolar com empregabilidades e sonhos irrealizáveis, queremos igualdade:
Igualdade de condições, igualdade de opções, igualdade de acesso, senão ora dessas vamos todos cruzar os braços e ai vamos ver de fato quem será gado no estouro da boiada.
Jorge Saladino
6 comentários:
hummm, saquei a desse texto; tá querendo arranjar um boquinha em alguma repartição que possa pendurar seu paleto.
Então tá! Vamos supor: Uma empresa precisa de um engenheiro, mas como qualfificação é sacanagem do neoliberalismo, então vamos contratar o tal saladino:
"ô saladino, projeta ai um prédio de 30 andares pra amanhã"!
Cada um que aparece...
O texto é bastante coerente. As rápidas mudanças experimentadas nos meios de produção - processos, métodos e maquinários - faz com que o trabalhador não consiga se atualizar.
O texto, em resumo, diz o seguinte: quando os trabalhadores decoram todas as respostas, os empregadores mudam as perguntas.
ou será que as constantes mudanças tecnológicas mandam novas perguntas?
Que tal o saldino mudar para uma tribo indígena. lá, não há grandes fortunas, nem desemprego, nem muitas perguntas...
Essas idéias são arcaicas, superadas e burras. Datam da revolução industrial. Nem Marx, que teve suas idéias distorcidas pelas ditaduras de esquerda, as 0acharia minimamente fundamentadas.
Monte você uma empresa e contrate um empregado despreparado, sem preparo e sem competência. Veja no que dá. E isso não é culpa do Fernando Henrique, nem dos empregadores. São exigências do mercado, que é ditado pelo consumidor, cada vez - acertadamente - mais exigente. Quem contrata gente despreparada e incompetente é, via de regra, a administração pública, em cargos de confiança. Olhe no que dá...
Com referência às nocadas eu diria: "nem tanto a mar, nem tanto a terra"
É claro que onde há vaga para um engenheiro, coloque-se um engenheiro (não um Sérgio Naia). O fato é que um empresinha qualquer que oferece um salário de R$ 2.000,00, exige que o engenheiro tenha especialização, mestrado e doutorado em Harward (axo kié assim), daí anuncia que não existe a "dita" qualificação. Pior, se encontrassem com a qualificação exigida os patrões nem saberiam dar instruções ou comandos ao cara contratado.
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