8.10.08

Tamos nem aí

Ontem eu estava pensando nessa vida maluca que a gente leva. Vou falar por mim. Acordo às 4 e 15 da matina. Ligo o computer e o radinho na minha mesa de trabalho; leio o Diário, acesso meu blog e outros três. Aí 5 e 25 pego a bice e vou lá no Borba Gato comprar pão.
Volto, faço café, como, faço a charge pro jornal e envio via internet pro Diário. Rabisco alguma coisa pra coluna de domingo, escrevo ou desenho algo pro blog.
Lá por 11 horas vou no boteco tomar uma cerveja. Depois passo no mercado, compro a mistura pro rango; almoço e dou uma cochilada de uma hora e meia. Aí eu desenho mais um pouquinho ou faço esboços.
E vem conta: cartão, Unimed, luz, água, cheques...
Mas o que eu queria falar é dessa turma que fica no bar o dia inteiro. Tem o Cabelo, que dorme no meio do mato ou em casebre de construções, quando arruma um. Volta e meia ele arruma um bico e ganha uns troquinhos.
Aí tem o Pedrinho, que mora numa casinha de obra no jardim Santa Rosa. Agora a moçada tá pagando almoço pra ele num restaurante da Carlos Borges. Tinha vez que ele ficava três dias sem comer. Volta e mia tá deitado nas calçadas, dormindo.
Depois tem o Mala, que vive de tranbiques vários. Ele é uma história à parte. Dá um livro.
Não invejo os caras, claro, mas eles levam uma vida totalmente despojada de tudo. Tipo : Foda-se o mundo!
Vamos comer parcamente, beber e se divertir e seja o que Deus quiser.
Não estou fazendo apologia a esse tipo de existência; aliás, sempre tô dando conselho pro Pedrinho, que é um cara muito inteligente e legal. Mas eles querem assim.

Aí eu fico pensando: quem é mais feliz? Nós, que ficamos sonhando com câmera digital pra fotografar coisas que ninguém vai ver, ou esses caras, que ficam esperando alguém pra pagar um gole e deixar a vida levar?

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