Nos últimos seis meses, hoje foi a quarta vêz que fui ao centro. Eu não gosto do centro da cidade. Gostava; hoje eu não gosto. Não me convide, seja dia ou noite, pra ir ao centro da cidade. Eu não gosto. Não gosto mesmo.
Entrei na Genko e comprei três calças. Só tinha duas em meu guarda-roupa.
Agora tenho cinco calças.
Cinco calças - acho um absurdo possuir cinco calças, mas agora já foi e eu tenho quase meia dúzia de calças; um absurdo.
Depois fui num sebo e comprei um gibi do Tex. 3 pilas. Na esquina da Joubert com a Piratininga um passarinho carimbou a minha mão esquerda. Cocô alaranjado. Ficou ali, secando. Fazer o quê? (Em casa eu lavei).
Depois eu fui no terminal e peguei a circular pro barraco.
Agora eu tenho cinco calças e um gibi do Tex. Não preciso de mais nada. São 11 da manhã.
Daqui a três anos eu vou ao centro da cidade novamente.
Comprar calças e um gibi, talvez do Tex.
O centro de Maringá, o Novo ou Velho, não me atraem mais.
6 comentários:
Então o cocô do passarinho era alaranjado rsrsrs, deve ser o passarinho Batis.. quero dizer Bardalzinho.
Belissima adaptação...Não lembro-me de quem, mas ficou sumpimpa!.
Ao 10:33: adaptação? Foi o que se passou comigo ontem, de verdade.
Obrigado pelo supimpa. Realmente o centro de Maringá não tem mais nada a ver comigo.
Abraço, e obrigado pela audiência.
É Lukas. Eu vou no centro da cidade porque trabalho lá, numa loja de móveis e tenho que sair de vez em quando. Tenho 39 anos e nasci aqui. Maringá não é mais a mesma e comungo do seu sentimento.
Peguei 20 dias de férias e não quero nem saber de ir pro centro.
Tem um mercadinho perto de casa e a cerveja e comida estão garantidos rsrsrs.
Gosto muito do teu blog e d sua coluna no Diário. Vai em frente. Abraço.
Paraiba
Olha o cara se rendendo ao consumnismo heim!!!!!
Ao contrário de você, eu adoro o centro da cidade, principalmente as regiões próximas aos grandes terminais de ônibus urbanos (e não só de maringá, mas de qualquer cidade grande).
Se pudesse ficaria horas nessas regiões observando o movimento. É no centro que a gente vê a verdadeira cara de uma cidade. Pessoas de todos os tipos indo e vindo num ritmo frenético. No centro a gente vê o povo que faz esse país. Nesse lugares passam longe os engomadinhos das colunas sociais, os empresarios exploradores e os corruptos que nos governam. Esses vivem confinados nos shoppings e barzinhos da moda localizados nas regiões nobres das cidades. O centro é o lugar do povo, das lojas populares, dos butiquins, do cachorro quente na esquina, do ambulante, do hotelzinho furreca de alta rotatividade, dos velhinhos de papo pro ar no banco da praça, do malandro viciado que ao mesmo tempo que é bandido é uma vítima do sistema.
Enfim... o centro é o lugar mais democrático de uma cidade. Uma terra de ninguém e ao mesmo tempo de todos.
Belo texto, André. Eu curtia isso, mas hoje sou mais os bairros.
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