Que sabadão maravilhoso passei hoje. Fui almoçar na casa de minha tia, irmã de minha saudosa mãezinha, lá na rua Martin Afonso. Tava toda a primaiada, as esposas, os maridos, a garotada. Fazia uns 10 anos que não via a tia e uns 15, os primos.
Não tava a fim de ir mas daí pensei: a gente vê os parentes só em funeral. E essa tia aí salvou a gente de passar fome quando eu era criança. Toquei o interfone e não é que foi ela que veio atender? Nos abraçamos e choramos um monte; a Isa ficou com os zoião cheio, e a Adriana, mulher de um dos primos foi fungar na cozinha, toda emocionada.
Depois, pensei em tudo e me senti um monstro. Dá pra ir a pé na casa da tia; tem o fusca agora, o que agiliza. Como é que eu fico anos sem ir na casa dela? Ela tem 71 anos (não parece). Juro por esse monitor que está iluminando: pretendo ir em sua casa pelo menos uma vez a cada 15 dias. Só pra falar um oizinho, prozear e chorar um pouquinho.
E comer o doce de goiaba, laranja e outros doces dos quais ela nunca esqueceu as receitas.
A benção, tia Otília.
7 comentários:
Bonto isso, vá uma vez por ano que já tá valendo!
Tenho amigos que moram na Martin Afonso... Caso eu "trombasse" com vc, seria o máximo, pois tenho a maior vontade de conhecê-lo pessoalmente.
Se vc respondesse aos meus e-mails, já seria legal.
Porém, como vc demora pra ver sua própria família... será pior ainda querer conversar comigo.
Agora entendo o porque de vc me ignorar. Snif, Snif!!!
Markia. Não me lembro de ter recebido e-mails seus. Escreve aí.
lukas@wnet.com.br
Rapaz,
Eua ando muito a pé. Quase só ando a pé. Gosto muito.
E andando q pé, a gente tem mais tempo prá pensar, prá observar as coisas. Prá ver a vida.
Dia destes, ao sair de casa, vi minhas duas cadelinha se esquentando ao sol da manhã. Lembrei que sempre fazíamos isso quando crianças.Já "nào temos mais tempo para isso".
Vi pássaros, árvores, vizinhos conversando, e vi que também já não venho tendo muito tempo para isso também.
Estou ganhando mais dinheiro que antes. Isso é bom.
Mas e a vida?
Tem horas que sinto que ela está passando e eu não estou vendo. Cada minuto que passa é um minuto que não volta mais.
Conversar com um tio, visitar um amigo, beber uma com um colega num bar. Passaear ao sol da manhã.
São coisas que não tem preço.
Conheço bem essa história, vc já me contou com detalhes, estou aqui imaginando esse encontro, vivendo essa emoção. Nós nos entregamos as rotinas e facilidades da vida e esquecemos dos entes queridos, va ver sua tia sempre, leve umas frutas do quintal.
abraço
Cara interesseiro! Depois de anos, voltar de 15 em 15 dias por causa do doce de goiaba, laranja.....
Ô Luka,
Eu, particularmente, homem crédulo e pudico, amoroso com os familiares, afeito a conversas de beira de fogão a lenha, tenho quase uns 3% de certeza absoluta de que você vai cumprir a promessa.
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