20.5.08

Ah, a folha...

Pode uma obra viária ser duramente criticada em editorial por um jornal, que a qualifica de projeto extravagante e desnecessário, e três anos depois, na sua inauguração, receber os maiores elogios deste mesmo veículo de comunicação?
Se esse jornal é a Folha de S. Paulo, isso não só pode acontecer como se tornou realidade, na semana passada, na inauguração da ponte estaiada sobre o rio Pinheiros, na Zona Sul, batizada de Octávio Frias Filho, nome do falecido dono do jornal.
Há três anos, editorial da Folha atacava a construção da ponte, contratada na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy. Dizia o jornal na época que o então prefeito José Serra agiu corretamente em deixar de lado a construção da ponte estaiada, por ser uma obra "cara", "desnecessária" e "extravagante".
Saliente-se que a gestão Marta licitou a ponte por R$ 147 milhões, mas a "competência administrativa" da gestão demo-tucana fez o custo final da construção saltar para R$ 260 milhões.
Além disso, o governo PSDB/DEM pagou R$ 2,2 milhões de multa à empreiteira responsável, por atrasar deliberadamente em 90 dias o início da obra, em 2005.
Na última sexta-feira e sábado (data em que a ponte foi inaugurada), a Folha só faltou pedir aos seus leitores para que esquecessem tudo que havia escrito no editorial de três anos atrás. Cobriu de elogios a ponte e destacou que "é a maior obra do governo do democrata Gilberto Kassab" que, "gentilmente" batizaram a ponte estaiada com o nome do dono e falecido fundador da Folha de São Paulo, Octavio Frias de Oliveira. (Morcego Vermelho)

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