Carlinhos Medeiros, do (ótimo) blog Bodega Cultural, perdeu a mãe e escreveu esse texto. Dó que ele disse que vai dar um tempo. Mas é compreesível.
Quando um barco perde o timoneiro fica vagando, à deriva.
Eu perdi meu timoneiro, minha bússola, meu norte.
Quem é que vai me orientar no resto da caminhada? Como posso encontrar meu porto seguro, ou quem poderá acalentar minha alma abatida?
Quem é que vai chorar a minha dor, ouvir os meus problemas e desencantos? Como posso suportar essa triste partida?
Problemas que mesmo que não pudesse resolvê-los, bastavam seus conselhos, sua palavra de força e de fé para amenizá-los, para encorajar-me a seguir adiante.
Logo agora que eu precisava tanto do seu colo.
Mas somos pais, filhos, irmãos, seres humanos egoístas, você cumpriu sua missão e agora descansou em paz, o único descanso reservado aos excluídos.
Quem sabe eu não me encontre, por que te abates alma minha se até as pedras se encontram?
Perdi minha força, meu refugio, minha doce rocha.
*07 de Janeiro de 1935 / + 19 de Dezembro de 2007
Adeus minha bússola, minha mãe querida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário