18.11.07

Motos, carros e acidentes

O pessoal mais antigão lembra que lá pelos anos 80, quando morria um motoqueiro, a tribo se reunia e acompanhava o cortejo até o cemitério. Eles iam em 40 , 50 motos, acelerando as CGs 125 e XLs e CB 400, como forma de protesto e homenagem. Dava até matéria na Globo local e fotos nos jornais.

Eu achava ridículo. Protesto contra o quê? Homenagem ao babaca que saiu empinando a moto e caiu de cabeça no asfalto? Ou o que acelerou muito e bateu na traseira do carro? Que subiu na calçada com a namorada na garupa e arrancou a perna da moça num poste na avenida Herval ao fugir da polícia? (fato real)

Na época não era obrigatório o uso do capacete e o cara se ferrava mais fácil do que hoje. E eles -os motoqueiros- iam atrás do carro da funerária olhando feio ou de forma melancólica pra gente, fazendo tipo: "Ninguém sentiu mais a morte dele do que eu". Era o que transmitia o semblante de cada um. E a TV sempre estava lá pra registrar as imagens dos motoqueiros.

Hoje a coisa ficou tão banalizada que não existe mais essa "homenagem" ao motoqueiro que estava bêbado (ou não), bateu no contâiner ou se espatifou na árvore ou no poste, ou que estava em sua mão, ou o atravessou a preferencial. O enterro é da família, somente dela.
Lógico que tem gente que morre por erro de outrem, mas eles têm abusado muito e o trânsito da cidade já não permite mais manobras arriscadas.
Fazendo as contas rapidamente, me lembro que já perdi 6 amigos em acidentes de moto, a maioria em consequëncia do álcool. Não vou citar nomes, mas vai lá alguns casos:

* X foi fazer uma curva no fundo da igreja Santo Antonio, errou, rebentou o portão de uma casa e quase derrubou a parede. Isso foi em 1987.

* Amigo de infância, XX , chapadinho de cachaça, foi fazer uma curva, derrapou e bateu a cabeça numa mureta de árvore. Morte no local.

*XXX estava no bar do saudoso Lelei e pediu a "saideira". No outro dia ficamos sabendo que ele enfiou a moto num caminhão parado. De lá pra eu nunca mais pedi a "saideira".

*Amigo de trabalho, XXXX, comprou uma Ninja e foi testar a bicha numa bela manhã de domingo na avenida Morangueira. Deu de cara num poste e morreu na hora (nesse caso ele não havia bebido).

* XXXXX, 6 horas da tarde, voltando do trampo, acelerou a moto e quase entrou dentro de um bar perto do Parque do Ingá. Bateu numa árvore e, mesmo com capacete, morreu na hora quase levando uns fregueses que estavam nas mesas. (Nesse caso, também, ele não estava bêbado).

* XXXXXX, morador do Borba Gato, empinava a moto, caiu e ficou vários dias no hospital pra depois catapráu. Deu dó da família.

2 comentários:

Esileda disse...

XX ou XXX seria o Geada?
Lembro do Lelei era conhecido do papi!Bar do Lelei X Bar do Gaúcho...o tempo passa...o tempo voa...e a poupança bamerindus continua numa boa! Essa é velhaaaaa

Anônimo disse...

O XX é o Valter e o xxx eu não me lembro mais o nome. Foi lá por 1983