Deu um treco ruim em mim há cerca de 10 minutos. Meu pai se foi em 1988 e a mãe em 92. Do pai eu guardo poucas recordações porque ele foi meio alheio à família durante um período da minha infância. Se bem que foi o cara mais honesto, bondoso e despojado que eu conheci na vida. Tenho ele com muito carinho em minhas lembranças, apesar de a gente ter convivido muito pouco em minha adolescência.
Mas deu que eu me lembrei da dona Zica, a mãe. E tudo que a gente passou junto, de bom e de ruim, na fome (que foi muita), das palhaçadas que a gente fazia, das palavras cruzadas que a gente fazia junto, dos gatos que ela adorava, da nossa casinha na Vila Esperança, da jantinha que ela fazia questão que eu aprontasse... e aí eu tô chorando até agora. Um nó na garganta e lágrima rolando. Eu queria chorar mesmo, de verdade, daquele choro de criança, berrar no mundo. Mas eu não consigo mais. Queria chorar pros vizinhos ouvirem e saberem porque eu estou chorando. Mas o tempo vai longe. Agora é só deixar as lágrimas cairem enquanto o pensamento vai lá atrás, numa época que nunca mais vai voltar.
Um comentário:
Vc anda lendo muito!!
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