5.11.07

Avanços

Não sei o pensamento do noqueiro, mas vejam essas situações:
* Pessoas aí com mais de 60 anos que vieram do campo pra cidade afirmam que "naquela época é que era bom". Aludem à fartura de comida, respeito aos pais ( o tal da bença na hora de dormir), comida sem "agrotoxi", o trabalho braçal cansativo na lavoura, porém compensador. A carne de porco na lata de banha e o leite tomado quase na teta da vaca. Muito nostálgico e eu concordo que foi um tempo bom porque curti um pouco dessa época no sítio dos tios.
* Em 1998, quando trampei de repórter do O Diário, entrevistei um pioneiro da Venda 200. Ele me disse que a família ia todos os domingos lá daquele fim de mundo até a igreja Santa Cruz, no Maringá Velho. "Eu, a mulher e as duas meninas novinhas ia andando no carreador. Acho que dava uns 40 quilômetros pra ir e voltar. A gente levava marmita e parava pra comer na volta, lá por 11 horas." (Aí eu pergunto ao noqueiro: guardando os valores familiares e a devoção... era um tempo bom? Hoje os idosos tomam ônibus grátis e em menos de meia hora estão na igreja).
* Quando eu tinha uns 10 anos ia na missa da igreja Santo Antonio com minha mãe e na saída ela comprava um saquinho de pipoca pra mim. Eu ficava na indecisão: pipoca doce ou salgada? Porque a grana era contadinha pra apenas um pacotinho. Me lembro que eu demorava pra escolher. Aí eu pegava uma e depois me arrependia por não ter escolhido a outra.
Bão... dia desses, na casa de amigos, fizeram dois pacotes de pipoca de microondas com um cheiro delicioso de manteiga. Nunca tinha comido. Uma maravilha.
* Até 10 dias atrás eu gastava R$4,40 de circular diariamente pra levar cartum no jornal. Agora tô mandando através de scaner.

Um comentário:

Anônimo disse...

A questão da comodidade melhorou 100%, mas e a saúde?
Acordar cedo para o trabalho, caminhar para ir a igreja, beber leite da teta da vaca (sem soda cáustica, água oxigenada, soro do queijo) comida sem agrotóxico e ninguém ouvindo falar em intoxicação por agrotóxicos, metais pesados... ai... que vontade de morar num sítio e esquecer todo esse progresso que me deixa menos saudável, mais estressada, mais neurótica...