Ontem de manhã conversei com um vendedor de guardanapos que corria o trecho perto do Café Cremoso. Me ofereceu, 10 guardanapos por 10 reais. Não comprei. Tem 56 anos e quase chorou ao me contar a história e mostrar o corte em cima da cabeça.
"Eu vim de São Paulo, sempre venho pra cá. Já sou de idade e adoro o Paraná. Eu não merecia que fizessem isso comigo". Aí perguntei do ocorrido.
Ele se preparava pra dormir num posto de gasolina perto do Parque da Laranjeiras quando três rapazes vieram e pediram cigarro.
"Eu falei que não tinha, porque eu não fumo, aí me virei de costas e levei uma baita pedrada na cabeça (volta a mostrar o ferimento). Eles eram menor de idade e eu falei pra eles que não queria confusão e eu ia ser preso por bater em vagabundo menor de idade. Se vem os três pra cima eu arrebentava ( o cara é forte praca).
Aí eu falei pra ele : "Fica tranquilo. Pra cada pedra que tacarem no senhor o senhor vende um monte de guardanapo. Deus é pai". Falei tchau e entrei numa banca de revistas que tem na esquina. Fiquei conversando com o dono por uns 15 minutos e, quando saí, dei de cara com o homem. Não é que o filho da mãe vendeu 8 jogos (80 guardanapos) durante esse tempo, só ali naquela quadra da Rio Branco?
Aí ele me reconheceu e lembrou do que eu havia falado há pouco. "Se não machucar muito pode jogar umas 10 pedras por dia na minha cabeça". A gente deu risada, e nos despedimos. Ele subiu a avenida e eu fui pro ponto de ônibus.
Um comentário:
Eita Lukas. Eu já escrevi aqui: Você é uma cara iluminado mas não tem noção disso. Deus te abençoe e vai devagarzinho fazendo o bem pras pessoas. É a nossa missão.
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