A imprensa brasileira não noticia essas coisas. A Folha de São Paulo, por exemplo, não deu uma linha sobre o fato.
Bairro 23 de Janeiro, periferia de Caracas. Quem entra na casa de Sinforoza das Mercedes, construída em uma das ladeiras do morro, imediatamente se depara com um diploma envolto em uma moldura de vidro preso à parede. Essa venezuelana de 63 anos não é médica, tampouco advogada. O diploma, exibido com orgulho, mostra que nesta casa, há menos de dois anos, havia uma analfabeta.
Sinforoza é uma das milhares de venezuelanas alfabetizadas entre julho de 2003 e outubro de 2005. A epopéia, disse o presidente Hugo Chávez, permitiu ao país ser declarado território livre de analfabetismo pela Organização da Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A receita para erradicar o flagelo foi definir educação como prioridade de Estado, associar conhecimento acadêmico com sabedoria popular, e solidariedade interna e externa.
A Missão Robinson, programa que erradicou o analfabetismo, teve início em julho de 2003, baseado no método “Yo, sí, puedo”, desenvolvido pelo Instituto Pedagógico Latino- Americano de Cuba, adaptado ao contexto venezuelano.
Entre os alfabetizados incluem-se 70 mil indígenas que receberam educação bilingüe. Os deficientes visuais e auditivos e a população carcerária também foram incluídos no programa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário