25.6.07

Pé da Estrada

2007 marca os 50 anos do lançamento de On the Road, obra prima do escritor americano Jack Kerouac, guru e principal expoente da Geração Beat. O livro descreve quatro viagens do escritor através dos EUA, utilizando ônibus, caronas e trens, fazendo bico em empregos medianos, usando drogas e muito, mas muito jazz.
Ao lado de Sal Paradise (Kerouak) vai o maluco do Dean Moriarty (Neal Cassady), tarado por mulheres, por carros e pela vida.

On the Road (Pé na Estrada, no Brasil) fez a cabeça de uma geração e foi precursora do movimento hippie. Jack escreveu a obra no estilo "prosa espontânea" em três semanas, utilizando um rolo de papel de telex, para não perder tempo com a troca das páginas, sem pontuação e quase sem parágrafos.

O escritor morreu em 1969 , aos 47 anos, isolado e de costas para o movimento que ele ajudou a criar. Tio Lukas possui mais livros do cara (Subterrâneos; Viajante Solitário, Big Sur e Kerouac- uma biografia).
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Esse é Kerouac:
"Meus planos finais: solidão eremítica nas florestas, escrever tranqüilamente na velhice."
"Sempre considerei que escrever fosse o meu dever na terra".
"Li e estudei sozinho a vida inteira. Estabeleci o recorde de falta às aulas da faculdade de Columbia para ficar no meu quarto escrevendo uma peça diária e lendo, digamos, Louis Ferdinand Céline, em vez dos 'clássicos' do curso".
"Li a vida de Jack London aos dezoito anos e, também, decidi-me tornar um aventureiro, um viajante solitário".
"Jesus era um estranho vagabundo que caminhava sobre a água".

“Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo,que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira,mas queimam, queimam, queimam, como fabulosas velas amarelas romanas explodindo como aranhas através das estrelas".
Eu tinha 21 anos quando o li pela primeira vez, em 1983. Deu vontade de largar o pouco que tinha e também cair no mundo. Pro noqueiro saber o porquê, só lendo o livro mesmo.
"Como viagem e como literatura On the Road é uma injeção de tesão na medula, um pé na vida. Suas figuras vagabundas, ingenuinamente místicas, anti-heróis da terra de O Vento Levou, circulam em Los Angeles e Nova Iorque, mas poderiam fazê-lo em Amsterdam ou São Paulo. (...) É a falta de perspectiva, de grana, o saco cheio, que faz Sal, o personagem escritor de Kerouac, meter o pé na estrada. Poderia fazê-lo gritando "Nós pegamos o mundo pronto e não gostamos dele!".
Devidamente desbundado pela carona com Kerouac, a opção parece clara: crescer e envelhecer, ou botar o pé na estrada. (Rafa Roubicek)


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