Relendo Sonhos de Bunker Hill, de John Fante, colhi esse trecho, triste e melancólico. É quando Arturo Bandini (alter-ego de Fante), tenta reatar um romance platônico com a dona da pensão em que vivia, em Los Angeles, nos anos 30. Helen tinha 50 e poucos anos e Bandini tinha idade para ser seu filho.
(...) - Vamos conversar um pouco- implorei- Faça um café, por favor.
-Porque é tão teimoso? Não vê que não quero você aqui ? Vá embora, Arturo. Encontre alguém da sua idade. Não sou para você. Nunca fui- E fechou a porta. (...)
Por que não podíamos ser amigos, conversar um com o outro sentados na varanda de noite, olhando as luzes acesas lá em baixo e falando como velhos amigos? Eu não me importava que ela fosse muito mais velha. Quando ela tivesse noventa anos, eu ainda a amaria, como a mulher do poema de Yeats:
Quando você estiver velha e cinza e cheia de sono,
E cochilando perto do fogo, pegue este livro,
E leia devagar, e sonhe com o olhar suave
Que seus olhos um dia tiveram, e com suas sombras profundas:
Quantos não amaram seus momentos de graça,
E não amaram sua beleza com falso ou verdadeiro amor,
Um homem, no entanto, amou a alma peregrina em você,
e amou a tristeza de seu rosto mutável.
2 comentários:
Tio Lukas, eu lembro que você postou uma vez, que a prefeitura havia realizado a poda de duas árvores que ficavam na frente de uma loja de automóveis, apenas para aparecer a faxada...
Você passou na frente de tal loja essa semana? Mais precisamente hoje, quando eu ia para casa almoçar, estavam os funcionarios da prefeitura descendo a motoserra na árvore(novamente), do tanto que cortaram podiam ter derrubado de uma vez, limparam a arvore, pra aparecer a faxada inteira da loja...
ISTO é uma VER-GO-NHA!!
Texto lindo.
Às vezes tenho raiva de mim, por estar lendo tão pouco ultimamente, e passado tanto tempo em frente a uma tela de computador ou televisão.
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