Olha que coisa humana e bela:Um "percurso sensitivo". Essa foi a maneira que o Museu Casa de Portinari, em Brodowski (339 km da capital paulista), encontrou para "mostrar" as obras do pintor Candido Portinari aos portadores de deficiência. O projeto, lançado ontem, faz parte das comemorações dos 37 anos do museu, completados nesta semana.
Além de rampas próximas para cadeirantes e oferta de cadeira de rodas e bengalas, os deficientes visuais têm à disposição catálogos em braile, áudio-guia e até a reprodução em relevo de algumas obras do artista. A trajetória do modernista, que tinha uma preocupação com o social, inspirou o projeto.
"Era preciso colocar sua obra como ferramenta de ação social", disse Angélica Fabbri, diretora do museu. A pedagoga Marlene Taveira Cintra, 48, presidente da Adevirp (Associação de Deficientes Visuais de Ribeirão Preto), se emocionou ao tocar a reprodução em alto relevo da pintura muralista "São Francisco Pregando aos Pássaros" (1934). "Nós, cegos, não temos idéia do que seja uma montanha. A réplica nos ajuda a dimensionar", disse.
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