19.3.07

Ficção e realidade

Estou lendo um romance policial do Chester Himes -A Noite dos Assassinos-. O escritor americano não chega aos pés de David Goodis (A Lua na Sarjeta e Atirem no Pianista) ou Dashiel Hammett (O Falcão Maltês), seus compatriotas , mas dá pro gasto.
Uma passagem interessante, quando Grave Jones fala com seu parceiro, Coffin Johnson, a respeito de um caso complicado que estão investigando:
" Veja só o que acontece com um detetive- começou ele. - Você e eu, por exemplo. Um homem é roubado na rua. O ladrão golpeia a vítima na cabeça, deixa-a inconsciente e foge. Ninguém o vê. A vítima não o conhece. Aí, entramos nós em cena. Não sabemos absolutamente nada. Nem sequer sabemos se o homem foi roubado; só contamos com a palavra dele afirmando isso. No entanto todo mundo espera que saiamos correndo e agarremos os criminosos como se tivéssemos um radar para achar bandidos!"
Tio Lukas estava pensando que na vida real a coisa se passa dessa forma, e a gente pega no pé da polícia por não elucidarem crimes. Não é fácil não.

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