22.12.06

Terra de ninguém

Alguns servidores municipais que respondem ao processo administrativo por terem participado da histórica “Greve dos 31 dias”, mais uma vez são vítimas da administração Silvio Barros. Se não bastasse o assédio moral que ocorre diariamente em vários locais de trabalho, a administração encontrou uma nova forma de penalizar os trabalhadores.
Alguns dos 32 servidores processados tentaram realizar um empréstimo com desconto em folha de pagamento. Fato comum, já que a grande maioria dos servidores ganha mal e não tem reposição salarial há dois anos. Acontece que a prefeitura negou os empréstimos com a alegação de que estes servidores respondem um processo administrativo.Um servidor tentou fazer o empréstimo na Afmm (Associação dos Servidores Municipais de Maringá) que é presidida pelo líder do prefeito na Câmara.Também não conseguiu. Lembrando que a AFMM teve sua mensalidade reajustada em 30% enquanto os servidores não tiveram reajuste nenhum, mais uma injustiça.
Prefeitura e AFMM alegam que tais restrições são imposições contratuais feitas pelas financeiras.Em último caso, se algum desses servidores forem exonerados, o que seria injusto, o banco teria todos os meios legais para cobrar do servidor e não do intermediário.
Ora, a lei diz que todos são inocentes até que se prove o contrário. Mas parece que isso não se aplica a esse trabalhadores . Já estariam eles sendo considerados culpados? Que crime eles cometeram? Lutar por melhores salários e melhores condições de trabalho é crime?
Lembremos que o presidente da câmara foi condenado pela justiça. Recorreu da sentença, que é um direito que lhe assiste, e foi reeleito como presidente da câmara. O edil, conhecido pela compra dos lap top’s, é inocente até que se prove o contrário, mesmo que já tendo sido julgado. O servidor municipal que ganha pouco , e que responde um processo administrativo por ter participado de uma greve, que é um direito constitucional, tenta um empréstimo e lhe é negado.
Será que realmente existem vários pesos e várias medidas ? Depende que quem controla a balança...
(Paulo Emerson Vidigal, servidor municipal )

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