29.6.06

A Diamante é eterna

O pai de Álvaro e Osmar Dias se foi. Em 1969 meu saudoso pai comprou uma casa popular na Vila Esperança, na divisa com os pés de café da fazenda Diamante, de propriedade da família Dias. Do outro lado da vila, mais pés de café, onde meses depois começou a ser construída a UEM.
O que a gente pegava de manga, laranja, romã e mamão na Diamante era coisa de causar disenteria e falta de folha de mamona na região.
O detalhe é que eu e os amigos, todos aí pelos 8,10 anos, estudávamos com o pessoal que trabalhava na fazenda. Me lembro do Darci, João e Maria (dois irmãos japoneses que iam à escola com roupas imundas e eram motivo de chacotas por causa disso), e mais uns cinco filhos de funcionários da fazenda.
Graças à amizade a gente podia pegar frutas nos arredores da Diamante sem nunca termos visto os donos.
Dessa época me lembro de um dia ter subido num pé de café (!!!!!) pra escapar dos cachorros; do Miguelzinho, que foi jogador do Grêmio em meados dos 80, e que cortou o braço numa folha de capim colonião ao fugir dos cães e quase morreu devido à perda de sangue; do pai do Neno que caiu de bicicleta numa valeta e largou a dentadura lá embaixo (a cena virou ponto turístico); de um carreirão que a gente levou de um bando de morcegos que estava embaixo de um pé de manga...
Agora... tinha uma espécie de piscina na fazenda com uma água turva e cheia de plantas aquáticas e que até hoje eu não sei pra que servia. Me recordo que a via de longe e ficava com medo. Talvez por isso nunca aprendi a nadar.
Obrigado seu Silvino Dias. O senhor não me conheceu, mas me deu momentos de êxtase e alegria infantil que nunca vou esquecer.
P.s.: Até hoje, de vez em quando, sonho com um pé de manga e uma pequena cocheira que havia na fazenda.

9 comentários:

Anônimo disse...

Passei por lá, entre 76 e 79.
Os pés de manga formavam uma grande fila. Quase em frente à sede da fazenda, havia o pomar, era perigoso. Pegar manga éra bem mais fácil.
Acredito que era taboa aquelas coisas que ficavam dentro do poção, na minha época era assim que chamávamos aquela piscina.
brinquei de bola naquele campão de terra da Vila Esperança, acredito que era no local onde foi construída a igreja Católica.
Vi o Miguel jogar alí, o rapaz jogava muito bem, Foi um tempo para o Corinthians, se não fosse aquele problema na visão, acredito que seria um dos maiores volantes do Brasil.
O Neno não conhecia muito, acho que estudei com uma irmã dele (sei lá).
Estudei na Escola Laura Parente Bossolan e também no Colégio Rodrigues Alves.
TAmbem corri dos cachorros e tomei banho de zórba no poção.

Lukas... disse...

Eita, Souza. Também estudei no Bossolan com a dona Maria Roque e jogava bola no campinho do colégio. Depois,lá pelos 13 anos jogava no time do Tervino, num campão de terra no fundo do colégio. Sei lá... dava pra falar um monte daquela época tão boa.

Anônimo disse...

Eu conheci vocês. Moro na Vila até hoje.
Tinha mais amizade com o seu irmão, o Beto.
Mas jogava bola com esses caras que você falou.
Quem aqui na vila nuca foi roubar manga na diamante, ou caçar passarinho, ou nadar na represa?

Uma coisa que eu não esqueço é depois da geada de 75 os tratores derrubando os pés de café. Dava dó.

Anônimo disse...

Na minha época havia o Professor Abdala, jogávamos no campinho do Colégio, a bola éra de borracha. O professor sempre cobrava falta ou dava chutes direto para o gol, era uma covardia. Um ele não chutou, passou a bola pra traz, eu peguei de primeira, a bola passou por cima da barreira e entrou no angulo. O Gol mais bonito que eu fiz até hoje (talvez seja porque depois disso eu só joguei no gol) mas que foi legal foi.

Lukas... disse...

Boa, Souza. Também tive aula com o Abdala. Um jeitão meio de maluco. Me encontrei com ele aí por 80 e pouco. Eu gostava muito dele.

Anônimo disse...

Muito lindinho teu texto, Lukas. Remete a gente pra tempos que já não voltam. Eu curti a Vila Esperança de 76 a 84 e ainda tinha partes da fazenda Diamante com um pouco se soja plantada (não havia mais café).

Anônimo disse...

Antes que me esqueça.
Feliz Aniversário. Apesar de falarem que depois dos 40 não há motivos para comemorações, o que vale é a experiência. Toma todas e mais uma.

reinaldão disse...

estudei tbm na escola laura parente...professor abdala so´chutava de bico kkkk..levei muitos carrerões do seu silvino dias com aquele jipe com dois cachorros bravos e tempinho bom..

Unknown disse...

morei muitos anos na vila esperança estudei na escola laura parente bussolan. fui aluno do professor abdala que so´chutava de bico kkk.catei muita argila na fazenda diamante morava escostado dos eucaliptos tempos bons aqueles.