O tal do crack é coisa medonha, mesmo. Um casal, morador do Santa Felicidade, faz arrastão todos os dias no bairro onde moro. Não sei se são casados, mas o papo é sempre o mesmo: moram numa obra aqui perto e precisam de dinheiro pro ônibus. Mentira, claro.
Quase nunca estão juntos e cada um pega uma rua pra pedir grana ou alimento ou pra comprar gás de cozinha pra "obra". Certa vez dei um pacote de macarrão pra mulher; negra, alta, macérrima e sempre com roupas razoavelmente limpas. Pro carinha, que aparenta uns 27 anos, dei 2 pilas pra "pegar a circular". Bom... demorou pra cair minha ficha.
Domingo último toca a campanhia do barraco. Eram os dois pedindo dinheiro pra pegar circular pro Sarandi. Mandei cairem fora e irem praquele lugar. Eram 10 PRA UMA DA MANHÂ e a gente já tava dormindo, claro.
Ontem, às 3 da tarde, embaixo de chuva, o cara toca a campanhia. Ignorei e não atendi. Ainda ontem, por volta de 9 da noite vem a mulher. Tava escuro e fui atender pensando que era uma vizinha, quando ouvi o pedido de dinheiro e a reconheci. Soltei os cachorros, dizendo pra parar de encher o saco.
Um amigo, que mora na rua de cima me disse que TODOS os domingos eles passam na hora do almoço pedindo dinheiro ou alimentos "pra obra". Um prato de comida eles nunca querem. "Já falei pra parar mas não tem jeito", disse.
Todo o rango que eles ganham no arrastão, vendem em um bar no bairro onde moram e compram crack por ali mesmo.
Fiquei sabendo também que às vezes eles fazem um mutirão pra pedir dinheiro em todos os bairros proximos daqui. Depois o fumacê corre solto.
2 comentários:
E a policia não sabe onde se vende essa maldita droga.
Acho que é a mesma que passa sempre aqui na R. Tupã. Mas aqui a história é outra: É dinheiro para enterar a netinha que morreu. Às vezes é dinheiro para ajudar a netinha que está muito doente no hospital. É que a netinha às vezes resucita.
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