10.3.07

Brasil Colônia

Um trabalhador que corta hoje 12 toneladas de cana em média por dia de trabalho realiza as seguintes atividades no dia:
*Caminha 8.800 metros;
*Despende 366.300 golpes de podão;
*Carrega 12 toneladas de cana em montes de 15 k em média cada um, portanto, ele faz 800 trajetos levando 15 K nos braços por uma distância de 1,5 a 3 metros;
*Faz aproximadamente 36.630 flexões de perna para golpear a cana;
*Perde, em média 8 litros de água por dia, por realizar toda esta atividade sob sol forte do interior de São Paulo, sob os efeitos da poeira, da fuligem expelida pela cana queimada, trajando uma indumentária que o protege, da cana, mas aumenta a temperatura corporal.

Os cortadores de cana não têm registro em carteira e ganham R$2,44 por tonelada cortada e empilhada. 17 deles morreram em São Paulo em 2006. As causas prováveis são esgotamento físico. Entre 2004 e 2005, 187 trabalhadores ficaram incapacitados devido a acidentes de trabalho. Um cortador de cana dá 30 golpes por minuto durante oito horas diárias.
É uma das únicas categorias que depende de seu esforço físico para determinar o quanto irão receber no final do mês,
Caso dê certo o acordo entre Brasil e EUA para a exportação de etanol, a área plantada irá aumentar e, em consequência, alavanca o número de pobres coitados cortando cana de sol a sol. Noves foras o aumento da poluição devido às queimadas e o aumento do trabalho escravo, reportando ao ciclo do açucar do século XVII.
(Jacomino Pires- do Conselho Editorial)

Um comentário:

Anônimo disse...

"As Veias Abertas da América Latina".


Se tudo der certo. No rítmo que o império consome combustíveis, voltaremos, América do Sul e Caribe, a ser uma grande plantação de cana. Onde os pobres darão suas vidas por migalhas, para que os ricos do norte possam continuar a dirigir sua camionetonas, e a ter suas casas aquecidas.